sábado, 18 de abril de 2009

Educação que inspira

Educação que inspira
Modelo // Professor americano que inspirou o filme Sociedade dos Poetas Mortos visita o Recife
Ana Braga // Diario

O cenário não era a sala da aula de uma escola norte-americana. Tampouco a platéia era de alunos. Mas a paixão com que David Thornburg apresentou suas ideias sobre educação de crianças e jovens fazia lembrar do filme Sociedade dos Poetas Mortos, sucesso em 1989, vencedor do Oscar e que foi, em grande parte, inspirado nele. Ontem, o autor e consultor americano, que confessou ser admirador da Tropicália, esteve no Recife para conversar com profissionais da educação. Ele defendeu a aproximação das escolas e universidades com novas tecnologias e o acesso dos alunos a computadores e programas livres. Também falou da importância da participação da família no processo educativo, da escola em tempo integral, dos cursos técnicos e da merenda.

"Penso que as crianças e os jovens estão encontrando mais coisas fora da sala de aula do que dentro dela. Mas as escolas e as universidades precisam estimular idéias e projetos dos alunos, para estimular o aprendizado epara que eles construam conhecimento a partir do que eles sabem", comentou Thornburg, que, entre outras missões, desenvolve soluções em telecomunicação e multimída. Autor de vários livros, ele também presta consultoria para o governo do presidente Barack Obama, na área de educação. "Existe uma experiência numa escola de Indiana, nos Estados Unidos, chamada Freedom Toster. É uma máquina como a de refrigerante, onde os alunos inserem seus CDs e copiam programas livres. É um exemplo de como a escola precisa se aproximar das novas tecnologias", contou o consultor.

Thornburg conhece algumas experiências em educação de Pernambuco. Em Olinda, ele encontrou um par das suas idéias, no Centro Cultural e Desportivo Nascedouro de Peixinhos. "Tenho um projeto de uma escola pública para esse lugar. Seria uma escola aberta 24 horas por dia, todos os dias. Estaria aberta para toda a família. Um pai pintor que não soubesse ler, por exemplo, poderia ter aulas de leitura e dar aulas sobre pintura. O foco não seria somente a criança ou o jovem. A unidade fundamental é a família", observou o consultor.

Fonte: Diario de Pernambuco, Vida Urbana, 18 de abril de 2009.

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