Nosso poeta maior, Manoel Affonso de Mello, fala à TV Globo do que aconteceu no mundo nos anos 60.
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Há 40 anos o homem pisava na lua e em Woodstock caminhava para Dentro de si.
Parte I: A Guerra Fria, a Corrida Espacial e a Contracultura
“Uma declaração de guerra é sempre assinada em coágulos de papel.” Há exatos 70 anos, 1 de setembro de 1939, o canhão de um navio alemão abria fogo contra a cidade portuária de Dantzig (Gdansk), no “corredor polonês”, iniciando a Segunda Guerra Mundial, a mais dramática e devastadora de todas.
Seis anos depois, após 70 milhões de mortos, o mundo em meio a escombros iniciava a sua recomposição sem conseguir, no entanto, soerguer as ruínas que insistiam em permanecer por dentro de cada um dos homens.
Pulverizando tanto a guerra quanto a paz, as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagazaki configuravam um mundo em constante prontidão contra a aniquilação total. Avisavam ainda às gerações subseqüentes que o avanço das Ciências impunha limites muito tênues entre sagrar e sangrar a ética, por sobre a qual firma-se a dignidade humana.
Foi sob esse espectro aterrorizante que nos primeiros anos de convalescença do pós-guerra, o mundo assistiu a configuração e a consolidação da bipolarização das relações internacionais, sendo o Bloco Capitalista liderado pelos Estados Unidos e o Bloco Socialista pela URSS.
Durante a guerra, países do Bloco Capitalista haviam se unido à URSS contra a agressão e o avanço nazi-fascista. Ao final do conflito, as características destas sociedades antagônicas, tanto na esfera sócio-econômica quanto ideológica, inclinaram-nas à ruptura que definiria o período que passaria a ser conhecido como Guerra Fria.
A expressão Guerra Fria foi inicialmente utilizada pelo comentarista político norte-americano, Walter Lippmann, para designar o choque de interesse, entre os dois Blocos. Guerra Fria porque jamais poderia permitir um choque frontal entre as duas superpotências detentoras de arsenais nucleares capazes de aniquilar – dezenas de vezes – o planeta inteiro.
Foram décadas marcadas por tenso jogo de emoções contidas, em que os EUA e a URSS, na adequada retaguarda, insuflavam seus aliados ao confronto político, militar, econômico e ideológico, em prol do controle de áreas satélites e estratégicas à consolidação do poder de um ou de outro.
São em épocas assim, marcadas por meias verdades e mentiras inteiras, que as estratégias publicitárias bombardeiam a fragilidade das certezas com sugestões que se tornam bombardeios de verdade. “Tantas armas, tão poucos cérebros. Quanto tempo será necessário à compreensão de que, mesmo numa luta a dois, quem ganha também perde?”
Não houve um ano sequer, entre 1948 e 1989 sem que conflitos armados ou perto disso eclodissem mundo afora. Três deles, a guerra da Coréia, a do Vietnã e a construção do muro de Berlim, com seqüelas atemporais e imorais, foram combatidos pelo “único bombardeio que fortalece a democracia: o de idéias”. A insensatez desse período de guerras não-abertas, para que a vida não se fechasse inteira, foi combatida pela mobilização de uma série mudanças no pensamento, agora, armado de palavras e sentido. (...)
Há 40 anos o homem pisava na lua e em Woodstock caminhava para Dentro de si.
Parte I: A Guerra Fria, a Corrida Espacial e a Contracultura
“Uma declaração de guerra é sempre assinada em coágulos de papel.” Há exatos 70 anos, 1 de setembro de 1939, o canhão de um navio alemão abria fogo contra a cidade portuária de Dantzig (Gdansk), no “corredor polonês”, iniciando a Segunda Guerra Mundial, a mais dramática e devastadora de todas.
Seis anos depois, após 70 milhões de mortos, o mundo em meio a escombros iniciava a sua recomposição sem conseguir, no entanto, soerguer as ruínas que insistiam em permanecer por dentro de cada um dos homens.
Pulverizando tanto a guerra quanto a paz, as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagazaki configuravam um mundo em constante prontidão contra a aniquilação total. Avisavam ainda às gerações subseqüentes que o avanço das Ciências impunha limites muito tênues entre sagrar e sangrar a ética, por sobre a qual firma-se a dignidade humana.
Foi sob esse espectro aterrorizante que nos primeiros anos de convalescença do pós-guerra, o mundo assistiu a configuração e a consolidação da bipolarização das relações internacionais, sendo o Bloco Capitalista liderado pelos Estados Unidos e o Bloco Socialista pela URSS.
Durante a guerra, países do Bloco Capitalista haviam se unido à URSS contra a agressão e o avanço nazi-fascista. Ao final do conflito, as características destas sociedades antagônicas, tanto na esfera sócio-econômica quanto ideológica, inclinaram-nas à ruptura que definiria o período que passaria a ser conhecido como Guerra Fria.
A expressão Guerra Fria foi inicialmente utilizada pelo comentarista político norte-americano, Walter Lippmann, para designar o choque de interesse, entre os dois Blocos. Guerra Fria porque jamais poderia permitir um choque frontal entre as duas superpotências detentoras de arsenais nucleares capazes de aniquilar – dezenas de vezes – o planeta inteiro.
Foram décadas marcadas por tenso jogo de emoções contidas, em que os EUA e a URSS, na adequada retaguarda, insuflavam seus aliados ao confronto político, militar, econômico e ideológico, em prol do controle de áreas satélites e estratégicas à consolidação do poder de um ou de outro.
São em épocas assim, marcadas por meias verdades e mentiras inteiras, que as estratégias publicitárias bombardeiam a fragilidade das certezas com sugestões que se tornam bombardeios de verdade. “Tantas armas, tão poucos cérebros. Quanto tempo será necessário à compreensão de que, mesmo numa luta a dois, quem ganha também perde?”
Não houve um ano sequer, entre 1948 e 1989 sem que conflitos armados ou perto disso eclodissem mundo afora. Três deles, a guerra da Coréia, a do Vietnã e a construção do muro de Berlim, com seqüelas atemporais e imorais, foram combatidos pelo “único bombardeio que fortalece a democracia: o de idéias”. A insensatez desse período de guerras não-abertas, para que a vida não se fechasse inteira, foi combatida pela mobilização de uma série mudanças no pensamento, agora, armado de palavras e sentido. (...)
Por Manoel Affonso de Mello.
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